Porquê o slow fashion?
Sou licenciada em design de moda, comecei o meu percurso profissional numa marca de streetwear, evolui imenso nesse período, conheci profissionais incríveis… nos primeiros anos, sentia-me super realizada e grata por ser tão feliz a fazer o meu trabalho. Sonho! Até ao momento em que conheci por dentro o outro lado da indústria têxtil, a indústria do fast-fashion. Foram meses, poucos, mas meses pesados. Não me reconhecia naquele mundo, não consegui aceitar aquelas políticas, laborais e sociais, participei em projetos dos quais não me orgulho, mesmo sabendo que os nomes iriam valorizar qualquer currículo. E, ao debater-me entre respeitar os meus valores ou ignorar o óbvio, a decisão foi clara. Porém, o desgaste e a desilusão afetaram-me de tal forma que, desisti da minha profissão.
Aos 30, comecei a sentir falta deste mundo, não aquele intragável, mas sim aquele onde posso sentir-me realizada e em paz com os processos de trabalho. Procurei e estudei, até encontrar um caminho com que me identificasse, pessoal e profissionalmente. Foi neste processo que surgiu a Rye Line. Perguntam-me se a Rye era um sonho, não era, agora sim! O sonho de contribuir para a área da moda ser mais empática, respeitadora, justa, responsável socialmente e menos nociva para o planeta e profissionais.
Elsa Peixoto, Founder
(Texto original em português)